LM23
13-10-2013, 21:23
Faço aqui um relato da minha viagem solo, tendo como destino principal a cidade de São Pedro do Atacama, passando pelo norte na ida e retornando pelo meio da Argentina. Acabei indo sozinho, não por opção, mas por que já tinha tudo marcado e o amigo que convidei não pode me acompanhar por questões pessoais. Tenho certeza que algum dia faremos outra viagem juntos.
Preferi estruturar este breve relato em tópicos, para que sirva de ajuda para outros viajantes que estão planejando sua viagem para este destino maravilhoso, uma vez que as experiências ou o que se vê em cada cidade dependem basicamente da experiência de cada viajante e são diferentes, mesmo para os que viajam juntos.
O relato também tem a intenção de ajudar outros viajantes que estão planejando suas viagens e que assim como eu, provavelmente procuram por informações na internet com o relato de outros viajantes.
ROTEIRO
8/9 São Paulo – Cascavel (PR) 881 km
9/9 Cascavel (PR) – Corrientes 792 km
10/9 Corrientes – Thermas de Rio Hondo 692 km
11/9 Thermas de Rio Hondo – Salta 394 km
12/9 Salta -San Pedro de Atacama 588 km
16/9 San Pedro de Atacama – Antofagasta 344 km
17/9 Antofagasta – La Serena 941 km
18/9 La Serena – Santiago 476 km
19/9 Santiago – Mendoza 387 km
20/9 Mendoza – Cordoba 665 km
21/9 Cordoba – Santa Fé 353 km
22/9 Santa Fé – São Borja (RS) 628 km
23/9 São Borja (RS) – Guarapuava (PR) 660 km
24/9 Guarapuava (PR) – São Paulo 799 km
Basicamente o roteiro inicial previa uma passagem pelo Uruguai via travessia do Rio da Prata entre Buenos Aires e Colonia del Sacramento, mas devido a mudança de tempo e o cansaço, optei por retornar para casa mais cedo. Assim mantive o roteiro original até a cidade de Santa Fé na Argentina, depois procurei o caminho mais curto, evitando o litoral do Brasil, para chegar em São Paulo.
ESTRADAS
Antes de viajar conversei com algumas pessoas que fizeram esta viagem de carro ou de moto, e a opinião de quase todos era de que as estradas na Argentina e no Chile eram invariavelmente melhores que as Brasileiras. Não foi exatamente o que encontrei, principalmente na Argentina.
Vou separar pelos mesmos trechos que percorri, seguindo a sequencia do roteiro.
São Paulo – Cascavel: não há muito segredo, Castelo Branco, Raposo Tavares e as rodovias no Paraná são boas. Só não se paga pedágio na Castelo Branco, nas demais paga-se a metade do valor cobrado para os carros, são muitos pedágios, com valor máximo abaixo de R$ 5,00.
Cascavel – Corrientes: Entrei na Argentina pela cidade de Puerto Iguazu, no incio a rodovia é uma maravilha, pista lisa, abrigada do vento e sem buracos. Roda-se bem até a cidade de Posadas e até Ituzaingó há mudança mas que não é capaz de afetar a média de velocidade ou a segurança aparente. O acostamento vai se acabando a medida que você sai do Parque Nacional de Iguazú.
A partir de Ituzaingó seguindo até Corrientes a estrada tem vários trechos que foram raspados, muito semelhante a primeira fase para o recapeamento, em alguns pontos há raspagem no meio da pista, sobrando para rodagem escolher entre um dos lados onde rodam as rodas dos veículos de quatro rodas, qualquer mudança faz a moto dançar na reta e pode ser muito perigoso em uma curva.
Corrientes – Thermas de Rio Hondo: Saindo de Corrientes, cruza-se a ponte para Resistencia e deve-se entrar na Ruta 16 até o entroncamento com a cidade ou povoado de Avia Terai. Neste ponto estrada ruim com muitos pontos que foram concertados no asfalto, não há acostamento em praticamente toda a rota que segui. Nas rutas 94 e 89 a estrada melhora um pouco e o volume de trafico de caminhões é menor.
Entre a cidade de Suncho Corral e Fernandez há um trecho de 30km em que existe apenas uma pista com pavimento no centro rodovia, então quando os dois veículos se encontram em sentido contrário ambos saem para a sua direita deixando duas rodas no rípio e duas no pavimento. No caso das motos deslocamos o máximo para a direita deixando espaço para o outro veículo que vem no sentido inverso. Neste trecho, tomei a decisão de diminuir a velocidade e sair para o rípio totalmente quando cruzava com um caminhão. A última coisa que queria era um susto e um tombo neste ponto da viagem.
Depois de Fernando, pega-se a ruta 34 e depois a ruta 9, que são melhores que as anteriores, mas ainda sem acostamento.
Thermas de Rio Hondo a Salta: Roda-se na maior parte do tempo pela ruta 9 que é boa.
Salta a San Pedro de Atacama: Voltei a ruta 9 depois de Salta para seguir até a cidade de San Salvador de Jujuy. Havia um pequeno trecho em reforma logo após a cidade de San Salvador de Jujuy, depois segui na ruta 52 até San Pedro de Atacama. Na subida da cordilheira em direção a San Pedro, há duas ou três curvas em que o asfalto está estragado então deve-se ter muito cuidado. Após a Imigração e a fronteira entre a Argentina e o Chile também há pequenos trechos em que o asfalto está estragado, mas são bem poucos.
San Pedro de Atacama a Antofagasta: Saindo de San Pedro há um trecho de 100km até Calama novamente com dois pequenos trechos de asfalto estragado, mas que são simples de passar, depois só alegria até Calama pela ruta 23. De Calama pela ruta 25 até o entroncamento com a ruta 5 a rodovia está boa e com acostamento.
Após o entrocamento com a ruta 5 há um trecho de aproximadamente 30 km de terra, que está bem consolidada pela passagem de caminhões. O problema é que se chover aquilo vira um sabão. Depois não há problema até Antofagasta.
Antofagasta a La Serena: neste trecho segue-se pela ruta 5 que é bem conservada. O caminho é alternado entre trechos abrigados entre as montanhas, mais para dentro do continente, e trechos de rodovia perto do litoral. Nos trechos perto do litoral o vento lateral é mais alto e a temperatura também cai.
La Serena a Santiago: De La Serena para Santiago pode-se seguir direto pela ruta 5, se não passar por Valparaíso, e foi o que fiz. Devido ao feriado nacional (festas Patrias e dia da Armada). A rota é bonita é bem conservada, há apenas um trecho já próximo a Santiago que pode ser feito pela serra ou por túnel (paga-se pedágio no túnel) que estava fechado no dia em que cheguei a Santiago.
Santiago a Mendoza: Pista boa até Mendoza. Neste trecho apenas um alerta, se o seu GPS estiver programado para escolher o caminho mais curto, sem evitar trecho não pavimentado provavelmente você vai parar na ruta RPN13 na Argentina, após Uspallata. Lá se pode ver um ponto turístico conhecido na cidade como Cerro das Sete Colores (há outro na Argentina indo em direção ao Paso Jama na ruta 52) que fica há mais ou menos uns 9km do centro de Uspallata. Vale a pena e é bonito, só o caminho que não é e sozinho fica complicado.
Mendoza a Córdoba: Saindo de Mendoza peguei a ruta 7 até San Luis (candidata aos jogos Panamericanos de 2019) que não está muito boa, mas não tem grandes problemas, depois para La Toma, Naschel, Tilisarao pela RPN 148 e depois segui as indicações para Córdoba. Boa rota e algumas paisagens muito bonitas. Já próximo de Cordoba, há um restaurante chamado de El Condor se não me engano. Não precisa nem dizer que me senti o próprio...eu com dor nas costas, eu com dor no pescoço, eu com dor nas pernas...Aqui também foi o primeiro trecho que paguei pedágio na Argentina, 4,00 pesos se não me angano, na entrada da cidade de Cordoba.
Córdoba a Santa Fé: Fui pela ruta 19 que não é muito ruim, mas este foi o menor e pior trecho da viagem devido ao vento lateral. Muito vento lateral e ameaça de chuva, que por bem não se consolidou.
Santa Fé a São Borja (RS): usei parte da ruta 12 (boa), RPN 127 (ruim em muitos trechos) e ruta 14 (boa) até Paso de Los Libres. De Santa Fé em diante eu mudei meu roteiro e resolvi voltar para o Brasil pelo caminho mais rápido, evitando o litoral do Brasil. Passei também pela BR 472 que tem alguns trechos sem asfalto, com cascalho apenas. Tome cuidado se rodar aqui a noite.
São Borja (RS) a Guarapuava (PR): BR 285 (média), BR 158 (boa), BR 386 (boa). Neste ponto há um trecho entre as cidades de Romelândia e Anchieta (ambas em SC), de aproximadamente 18km que consta no GPS como trecho pavimentado mas não é. Depois fui cortando por dentro até atingir a BR 277 (apenas um trecho ruim com passagem apenas por uma via) até Guarapuava.
Guarapuava (PR) a São Paulo (SP): Até Ponta Grossa (PR) segue-se pela BR 373 que está boa, mas com muito transito de caminhões pesados. Depois segui pela PR 151 (boa) até o interior de São Paulo chegando na Castelo Branco SP 280, apenas seguindo as placas.
COMBUSTÍVEL
Na Argentina tomei um susto logo no primeiro posto em que parei para abastecer porque não havia nafta, segui mais uns 50 km e parei no primeiro YPF da ruta 12 entrando por Puerto Iguazú, onde só abasteciam com dinheiro (efectivo). Basicamente os postos de bandeira YPF só aceitam pagamento em dinheiro vivo, encontrei alguns postos de bandeira Shell e Esso que aceitavam cartão de crédito. O custo da nafta na Argentina variava de 8,30 a 9,00 pesos por litro dependendo da octanagem da gasolina, portanto faça as contas de consumo de sua moto e leve em $ a importância para os abastecimentos ao menos.
No Chile a coisa muda de figura, os postos Copelco são a maioria e aceitam cartão de crédito, existem ao longo das principais rodovias e a maior distância que vi foi de 220 km. O preço que vi da nafta foi de 830 a 890 pesos Chilenos, também dependendo da octanagem da gasolina.
Levei um galão extra com capacidade para 3 galões americanos (11.7 litros) que foi usado quatro vezes e me ajudou muito, principalmente no trecho entre Corrientes e Termas de Rio Hondo.
Já li relatos de outros viajantes sobre um posto da YPF pouco antes da imigração no Paso de Jama e este posto está em funcionamento, embora tenha optado por utilizar o galão abastecendo por último no posto de San Salvador de Jujuy e depois despejei o conteúdo do galão após a imigração.
IMIGRAÇÃO
Não tive problema algum com a imigração na Argentina, nem no Chile. A entrada na Argentina por Foz de Iguaçu foi muito simples e rápido, basta um carimbo no passaporte e mostrar o documento da moto. Logo em seguida, ainda no posto de fronteira, parei a moto para vistoria do policial que ficou admirando a moto, perguntando o ano e não revistou nada.
No Paso de Jama há um posto de Imigração integrado para a saída da Argentina e entrada no Chile, assim tudo é feito em fila única e de uma só vez. Quando cheguei ao posto havia um ônibus saindo da Argentina e indo para o Chile o que atrasou um pouco minha saída. É necessário preencher alguns papéis relacionados ao conteúdo da bagagem para entrada no Chile. São bem rigorosos em relação a produtos in natura, como frutas, que são proibidos de transitar de um país para outro. No final apenas uma revista básica em duas malas da moto e pergunta se estava trazendo frutas, que não era o meu caso.
No sistema Cristo Redentor também se faz a saída do Chile e entrada na Argentina no mesmo local e mesma fila.
Logo após os caracoles, passa-se por um ponto de controle para quem vai da Argentina para o Chile, que não era o meu caso, então passei direto neste...Claro que não, parei e perguntei para duas pessoas se este era o ponto de imigração, até ter certeza e seguir adiante.
No posto de imigração correto (um galpão enorme a esquerda da rodovia) existe uma fila separada apenas para passageiros em ônibus ou vans e outras para quem cruza a fronteira em carros e motos. Pelo que percebi o controle para caminhões é em outro ponto que fica antes.
Logo em seguida há um controle de Imigração da Polícia Argentina. Guarde o papelito que o guarda te deu, se perder o bicho pega! Pelo que me lembro é um pedaço de papel sem timbre, apenas com o carimbo da polícia e a placa do veículo anotada.
Depois passamos pelo túnel Cristo Redentor e finalmente chegamos ao galpão onde há o processo integrado das duas imigrações. Mais carimbos de saída e entrada, entregamos aqui também dois papéis recebidos no Paso de Jama, um azul contendo dados do viajante e um preenchido pelo computador com dados sobre o veículo, a imigração Chilena.
Saindo daqui, uns quilômetros abaixo há um outro controle da Polícia Argentina onde deve ser
entregue o papelito recebido antes da entrada no túnel Cristo Redentor.
Na saída da Argentina pelo Paso de Los Libres, também não houve problemas e nem filas. Muito tranquilo e rápido, somente o carimbo de saída e os documentos para a imigração e para o guarda na saída do país.
O controle de imigração de saída e entrada Brasileira não precisa nem comentar.
VENTO LATERAL
A paisagem na Argentina se assemelha a uma grande fazenda com uma estrada de asfalto no meio dela. Foi assim que me senti na maior parte do trajeto, a estrada não tem nenhuma proteção lateral e quando o vento sopra lateralmente não há nada que vá te ajudar. Assim alguns trechos foram feitos com muito vento lateral, tornando a pilotagem do dia muito cansativa e perigosa principalmente no momento de ultrapassagens dos caminhões.
Encontrei um grupo de quatro Pernambucanos no Hotel em Santa Fé que fizeram no mesmo dia o trecho de Córdoba a Santa Fé. Pelo que percebi para eles também foi o pior dia da viagem devido o vento lateral e para ajudar ainda pegaram chuva neste trecho.
Lembro-me que um deles deu uma dica valiosa. Nos mapas que temos, ou mesmo no GPS, há indicação das direções Norte, Sul, Leste e Oeste. Naquele dia havia o deslocamento de uma frente fria vindo do Sul do Continente para o Norte e o trajeto de Córdoba para Santa Fé é feito no sentido de Oeste para Leste basicamente. Estava ai a explicação para termos vento lateral a maior parte do dia.
No dia seguinte a frente fria continuaria sua caminhada em direção ao Norte, mas o trecho da viagem foi no sentido Norte também, portanto não senti muito o efeito do vento a não ser a meu favor. Me desculpem mas lembro-me apenas do nome de dois deles, Flavio e Virgilio. Os quatro fariam um roteiro um pouco diferente do meu para a volta. Torço para que tenha dado tudo certo, afinal há muito para contar. No mesmo sentido pode-se, consultar a previsão do tempo no site do clima tempo, lá há a indicação da direção do vento.
ACESSÓRIOS
Para esta viagem levei um GPS (Garmin zumo 350), um aparelho para localização em tempo real chamado spot, um reservatório de combustível com capacidade para 11.7 litros (3 galões americanos) da marca Rotopax, uma almofada para assento Airhawk 2 média e uma mala de tanque modelo Enduro da Bags Connection.
Antes de comprar estes produtos, efetuei pesquisas na internet para saber a opinião de outros usuários, por isso estou citando as marcas e colocando a minha opinião com base na utilização que tive de cada um destes produtos.
Com o GPS tive que instalar um mapa da américa do sul, depois que entrei na Argentina. Este ponto foi um lapso meu, que me deixou apreensivo nos dois primeiros dias da viagem.
Para resolver o problema basta ir ao site do projeto mapear e baixar o arquivo para uso direto no GPS (GMAPSUPP.img) e salvar este arquivo na pasta garmin.
No trecho para Santa Fé o aparelho simplesmente apagou. Só voltei a ligá-lo próximo a cidade de Santa Fé e ele funcionou diretinho.
Para ele comprei também um suporte para GPS da Touratech com chave. Isso me deixou mais tranquilo nas paradas, quando precisei me ausentar da moto para ir ao banheiro, por exemplo.
O aparelho Spot, utilizei um modelo que possibilita também o envio de mensagens de email e sms para grupos pré cadastrados no site da empresa.
O aparelho funcionou bem durante praticamente todo o trajeto, mas faço duas ressalvas: (i) É necessário utilizar pilhas de litium, que duram mais de 24h, se utilizar pilhas alcalinas, terá que efetuar a troca a cada dia, ou seja, duram mais ou menos 8h. (ii) o aparelho não funciona quando o céu não está aberto. A cada 10 minutos é enviada uma mensagem contendo a localização (latitude e longitude) e o status da bateria, basicamente. Sendo assim, minha esposa ficou preocupada, porque em determinados momentos há alguns “buracos”.
Não basta ligar o equipamento e sair andando, é necessário utilizar um aplicativo no ipod ou iphone, para ativar o rastreamento e o envio de mensagens é bastante demorado. Evitei fazer isto para poupar tempo nos lugares onde passei.
O reservatório de combustível da Rotopax é bem funcional, mas é preciso chamar atenção para um detalhe que pode fazer bastante diferença. Tanto na Argentina, quanto no Chile ou mesmo no Brasil é possível comprar reservatórios para combustível por um preço bem mais baixo, mas nenhum deles virá equipado com um “respiro” para equalização da pressão interna e externa, muito necessária nesta viagem em que há grandes variações de altitude em pouco tempo. Quando a altitude cresce, os gases que estão dentro do reservatório tendem a se expandir, isto pode ser particularmente perigoso se o reservatório for feito de um material ruim. O efeito contrário acontece quando há queda de altitude, forçando a contração do reservatório.
Bom, percebi isto na prática, no caminho rumo a Thermas de Rio Hondo.
No Rotopax, há uma rosca com travas para fechar o bocal e evitar que ele se abra devido a vibração da moto. Pois bem, esta mesma rosca permite que a tampa fique ligeiramente aberta, fazendo a equalização automaticamente. Só não podemos encher o reservatório até o limite, com pena de vazamento do combustível. Como pode ser visto na foto, o reservatório foi preso a moto utilizando duas amarras da marca Rockstrap e uma corrente para prender bicicleta, evitando assim o ladrão de ocasião.
Embora tenha o assento confort da 800 GS, optei por utilizar o assento original da moto nesta viagem combinado com a almofada. Na minha opinião o assento confort é bem mais confortável para o garupa do que para o condutor. A almofada funciona bem em trajetos de até 200 km, depois disto nem haja malabarismo para aguentar o incomodo. Por isso acho melhor, programar paradas em intervalos próximos de 200km aproximadamente.
Outro dica é não deixar a almofada muito cheia, assim fica mais espaço para melhor acomodar o piloto. O gás que está dentro da almofada também irá se expandir com o aumento da altitude o que deixará a almofada dura que nem pedra.
A mala de tanque é muito boa e impermeável, inclusive os três bolsos laterais. Muito boa nos pedágios e para guardar algum equipamento pequeno como as luvas para inverno e verão, facilitando a troca, sem que seja necessário descer da moto. Há também um porta mapas que foi muito útil no trecho em que estive sem GPS na Argentina. Para retirá-lo da moto basta utilizar o ziper e desconectá-lo da base. Depois que repetimos a operação algumas vezes fica mais fácil.
Por último não tive problema algum com a polícia nem na Argentina, nem no Chile. Fui parado algumas vezes e nem pediram o carta verde. Na saída de Corrientes há a clássica parada e pergunta sobre a via em que vieram. Responda firme que veio pela calle coletora (equivalente a via local) que é por onde dever vir. Em alguns locais existe a proibição do transito de motos pela via expressa (isto existe em outras cidades da Argentina, mas parece que nas demais não existe fiscalização), que pode ser explicada pela tipo de moto que roda nestas cidades, ou seja, motos pequenas pilotadas por pessoas sem capacete (cheguei a ver três em uma moto, sendo que um dos ocupantes não tinha mais que seis meses).
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Preferi estruturar este breve relato em tópicos, para que sirva de ajuda para outros viajantes que estão planejando sua viagem para este destino maravilhoso, uma vez que as experiências ou o que se vê em cada cidade dependem basicamente da experiência de cada viajante e são diferentes, mesmo para os que viajam juntos.
O relato também tem a intenção de ajudar outros viajantes que estão planejando suas viagens e que assim como eu, provavelmente procuram por informações na internet com o relato de outros viajantes.
ROTEIRO
8/9 São Paulo – Cascavel (PR) 881 km
9/9 Cascavel (PR) – Corrientes 792 km
10/9 Corrientes – Thermas de Rio Hondo 692 km
11/9 Thermas de Rio Hondo – Salta 394 km
12/9 Salta -San Pedro de Atacama 588 km
16/9 San Pedro de Atacama – Antofagasta 344 km
17/9 Antofagasta – La Serena 941 km
18/9 La Serena – Santiago 476 km
19/9 Santiago – Mendoza 387 km
20/9 Mendoza – Cordoba 665 km
21/9 Cordoba – Santa Fé 353 km
22/9 Santa Fé – São Borja (RS) 628 km
23/9 São Borja (RS) – Guarapuava (PR) 660 km
24/9 Guarapuava (PR) – São Paulo 799 km
Basicamente o roteiro inicial previa uma passagem pelo Uruguai via travessia do Rio da Prata entre Buenos Aires e Colonia del Sacramento, mas devido a mudança de tempo e o cansaço, optei por retornar para casa mais cedo. Assim mantive o roteiro original até a cidade de Santa Fé na Argentina, depois procurei o caminho mais curto, evitando o litoral do Brasil, para chegar em São Paulo.
ESTRADAS
Antes de viajar conversei com algumas pessoas que fizeram esta viagem de carro ou de moto, e a opinião de quase todos era de que as estradas na Argentina e no Chile eram invariavelmente melhores que as Brasileiras. Não foi exatamente o que encontrei, principalmente na Argentina.
Vou separar pelos mesmos trechos que percorri, seguindo a sequencia do roteiro.
São Paulo – Cascavel: não há muito segredo, Castelo Branco, Raposo Tavares e as rodovias no Paraná são boas. Só não se paga pedágio na Castelo Branco, nas demais paga-se a metade do valor cobrado para os carros, são muitos pedágios, com valor máximo abaixo de R$ 5,00.
Cascavel – Corrientes: Entrei na Argentina pela cidade de Puerto Iguazu, no incio a rodovia é uma maravilha, pista lisa, abrigada do vento e sem buracos. Roda-se bem até a cidade de Posadas e até Ituzaingó há mudança mas que não é capaz de afetar a média de velocidade ou a segurança aparente. O acostamento vai se acabando a medida que você sai do Parque Nacional de Iguazú.
A partir de Ituzaingó seguindo até Corrientes a estrada tem vários trechos que foram raspados, muito semelhante a primeira fase para o recapeamento, em alguns pontos há raspagem no meio da pista, sobrando para rodagem escolher entre um dos lados onde rodam as rodas dos veículos de quatro rodas, qualquer mudança faz a moto dançar na reta e pode ser muito perigoso em uma curva.
Corrientes – Thermas de Rio Hondo: Saindo de Corrientes, cruza-se a ponte para Resistencia e deve-se entrar na Ruta 16 até o entroncamento com a cidade ou povoado de Avia Terai. Neste ponto estrada ruim com muitos pontos que foram concertados no asfalto, não há acostamento em praticamente toda a rota que segui. Nas rutas 94 e 89 a estrada melhora um pouco e o volume de trafico de caminhões é menor.
Entre a cidade de Suncho Corral e Fernandez há um trecho de 30km em que existe apenas uma pista com pavimento no centro rodovia, então quando os dois veículos se encontram em sentido contrário ambos saem para a sua direita deixando duas rodas no rípio e duas no pavimento. No caso das motos deslocamos o máximo para a direita deixando espaço para o outro veículo que vem no sentido inverso. Neste trecho, tomei a decisão de diminuir a velocidade e sair para o rípio totalmente quando cruzava com um caminhão. A última coisa que queria era um susto e um tombo neste ponto da viagem.
Depois de Fernando, pega-se a ruta 34 e depois a ruta 9, que são melhores que as anteriores, mas ainda sem acostamento.
Thermas de Rio Hondo a Salta: Roda-se na maior parte do tempo pela ruta 9 que é boa.
Salta a San Pedro de Atacama: Voltei a ruta 9 depois de Salta para seguir até a cidade de San Salvador de Jujuy. Havia um pequeno trecho em reforma logo após a cidade de San Salvador de Jujuy, depois segui na ruta 52 até San Pedro de Atacama. Na subida da cordilheira em direção a San Pedro, há duas ou três curvas em que o asfalto está estragado então deve-se ter muito cuidado. Após a Imigração e a fronteira entre a Argentina e o Chile também há pequenos trechos em que o asfalto está estragado, mas são bem poucos.
San Pedro de Atacama a Antofagasta: Saindo de San Pedro há um trecho de 100km até Calama novamente com dois pequenos trechos de asfalto estragado, mas que são simples de passar, depois só alegria até Calama pela ruta 23. De Calama pela ruta 25 até o entroncamento com a ruta 5 a rodovia está boa e com acostamento.
Após o entrocamento com a ruta 5 há um trecho de aproximadamente 30 km de terra, que está bem consolidada pela passagem de caminhões. O problema é que se chover aquilo vira um sabão. Depois não há problema até Antofagasta.
Antofagasta a La Serena: neste trecho segue-se pela ruta 5 que é bem conservada. O caminho é alternado entre trechos abrigados entre as montanhas, mais para dentro do continente, e trechos de rodovia perto do litoral. Nos trechos perto do litoral o vento lateral é mais alto e a temperatura também cai.
La Serena a Santiago: De La Serena para Santiago pode-se seguir direto pela ruta 5, se não passar por Valparaíso, e foi o que fiz. Devido ao feriado nacional (festas Patrias e dia da Armada). A rota é bonita é bem conservada, há apenas um trecho já próximo a Santiago que pode ser feito pela serra ou por túnel (paga-se pedágio no túnel) que estava fechado no dia em que cheguei a Santiago.
Santiago a Mendoza: Pista boa até Mendoza. Neste trecho apenas um alerta, se o seu GPS estiver programado para escolher o caminho mais curto, sem evitar trecho não pavimentado provavelmente você vai parar na ruta RPN13 na Argentina, após Uspallata. Lá se pode ver um ponto turístico conhecido na cidade como Cerro das Sete Colores (há outro na Argentina indo em direção ao Paso Jama na ruta 52) que fica há mais ou menos uns 9km do centro de Uspallata. Vale a pena e é bonito, só o caminho que não é e sozinho fica complicado.
Mendoza a Córdoba: Saindo de Mendoza peguei a ruta 7 até San Luis (candidata aos jogos Panamericanos de 2019) que não está muito boa, mas não tem grandes problemas, depois para La Toma, Naschel, Tilisarao pela RPN 148 e depois segui as indicações para Córdoba. Boa rota e algumas paisagens muito bonitas. Já próximo de Cordoba, há um restaurante chamado de El Condor se não me engano. Não precisa nem dizer que me senti o próprio...eu com dor nas costas, eu com dor no pescoço, eu com dor nas pernas...Aqui também foi o primeiro trecho que paguei pedágio na Argentina, 4,00 pesos se não me angano, na entrada da cidade de Cordoba.
Córdoba a Santa Fé: Fui pela ruta 19 que não é muito ruim, mas este foi o menor e pior trecho da viagem devido ao vento lateral. Muito vento lateral e ameaça de chuva, que por bem não se consolidou.
Santa Fé a São Borja (RS): usei parte da ruta 12 (boa), RPN 127 (ruim em muitos trechos) e ruta 14 (boa) até Paso de Los Libres. De Santa Fé em diante eu mudei meu roteiro e resolvi voltar para o Brasil pelo caminho mais rápido, evitando o litoral do Brasil. Passei também pela BR 472 que tem alguns trechos sem asfalto, com cascalho apenas. Tome cuidado se rodar aqui a noite.
São Borja (RS) a Guarapuava (PR): BR 285 (média), BR 158 (boa), BR 386 (boa). Neste ponto há um trecho entre as cidades de Romelândia e Anchieta (ambas em SC), de aproximadamente 18km que consta no GPS como trecho pavimentado mas não é. Depois fui cortando por dentro até atingir a BR 277 (apenas um trecho ruim com passagem apenas por uma via) até Guarapuava.
Guarapuava (PR) a São Paulo (SP): Até Ponta Grossa (PR) segue-se pela BR 373 que está boa, mas com muito transito de caminhões pesados. Depois segui pela PR 151 (boa) até o interior de São Paulo chegando na Castelo Branco SP 280, apenas seguindo as placas.
COMBUSTÍVEL
Na Argentina tomei um susto logo no primeiro posto em que parei para abastecer porque não havia nafta, segui mais uns 50 km e parei no primeiro YPF da ruta 12 entrando por Puerto Iguazú, onde só abasteciam com dinheiro (efectivo). Basicamente os postos de bandeira YPF só aceitam pagamento em dinheiro vivo, encontrei alguns postos de bandeira Shell e Esso que aceitavam cartão de crédito. O custo da nafta na Argentina variava de 8,30 a 9,00 pesos por litro dependendo da octanagem da gasolina, portanto faça as contas de consumo de sua moto e leve em $ a importância para os abastecimentos ao menos.
No Chile a coisa muda de figura, os postos Copelco são a maioria e aceitam cartão de crédito, existem ao longo das principais rodovias e a maior distância que vi foi de 220 km. O preço que vi da nafta foi de 830 a 890 pesos Chilenos, também dependendo da octanagem da gasolina.
Levei um galão extra com capacidade para 3 galões americanos (11.7 litros) que foi usado quatro vezes e me ajudou muito, principalmente no trecho entre Corrientes e Termas de Rio Hondo.
Já li relatos de outros viajantes sobre um posto da YPF pouco antes da imigração no Paso de Jama e este posto está em funcionamento, embora tenha optado por utilizar o galão abastecendo por último no posto de San Salvador de Jujuy e depois despejei o conteúdo do galão após a imigração.
IMIGRAÇÃO
Não tive problema algum com a imigração na Argentina, nem no Chile. A entrada na Argentina por Foz de Iguaçu foi muito simples e rápido, basta um carimbo no passaporte e mostrar o documento da moto. Logo em seguida, ainda no posto de fronteira, parei a moto para vistoria do policial que ficou admirando a moto, perguntando o ano e não revistou nada.
No Paso de Jama há um posto de Imigração integrado para a saída da Argentina e entrada no Chile, assim tudo é feito em fila única e de uma só vez. Quando cheguei ao posto havia um ônibus saindo da Argentina e indo para o Chile o que atrasou um pouco minha saída. É necessário preencher alguns papéis relacionados ao conteúdo da bagagem para entrada no Chile. São bem rigorosos em relação a produtos in natura, como frutas, que são proibidos de transitar de um país para outro. No final apenas uma revista básica em duas malas da moto e pergunta se estava trazendo frutas, que não era o meu caso.
No sistema Cristo Redentor também se faz a saída do Chile e entrada na Argentina no mesmo local e mesma fila.
Logo após os caracoles, passa-se por um ponto de controle para quem vai da Argentina para o Chile, que não era o meu caso, então passei direto neste...Claro que não, parei e perguntei para duas pessoas se este era o ponto de imigração, até ter certeza e seguir adiante.
No posto de imigração correto (um galpão enorme a esquerda da rodovia) existe uma fila separada apenas para passageiros em ônibus ou vans e outras para quem cruza a fronteira em carros e motos. Pelo que percebi o controle para caminhões é em outro ponto que fica antes.
Logo em seguida há um controle de Imigração da Polícia Argentina. Guarde o papelito que o guarda te deu, se perder o bicho pega! Pelo que me lembro é um pedaço de papel sem timbre, apenas com o carimbo da polícia e a placa do veículo anotada.
Depois passamos pelo túnel Cristo Redentor e finalmente chegamos ao galpão onde há o processo integrado das duas imigrações. Mais carimbos de saída e entrada, entregamos aqui também dois papéis recebidos no Paso de Jama, um azul contendo dados do viajante e um preenchido pelo computador com dados sobre o veículo, a imigração Chilena.
Saindo daqui, uns quilômetros abaixo há um outro controle da Polícia Argentina onde deve ser
entregue o papelito recebido antes da entrada no túnel Cristo Redentor.
Na saída da Argentina pelo Paso de Los Libres, também não houve problemas e nem filas. Muito tranquilo e rápido, somente o carimbo de saída e os documentos para a imigração e para o guarda na saída do país.
O controle de imigração de saída e entrada Brasileira não precisa nem comentar.
VENTO LATERAL
A paisagem na Argentina se assemelha a uma grande fazenda com uma estrada de asfalto no meio dela. Foi assim que me senti na maior parte do trajeto, a estrada não tem nenhuma proteção lateral e quando o vento sopra lateralmente não há nada que vá te ajudar. Assim alguns trechos foram feitos com muito vento lateral, tornando a pilotagem do dia muito cansativa e perigosa principalmente no momento de ultrapassagens dos caminhões.
Encontrei um grupo de quatro Pernambucanos no Hotel em Santa Fé que fizeram no mesmo dia o trecho de Córdoba a Santa Fé. Pelo que percebi para eles também foi o pior dia da viagem devido o vento lateral e para ajudar ainda pegaram chuva neste trecho.
Lembro-me que um deles deu uma dica valiosa. Nos mapas que temos, ou mesmo no GPS, há indicação das direções Norte, Sul, Leste e Oeste. Naquele dia havia o deslocamento de uma frente fria vindo do Sul do Continente para o Norte e o trajeto de Córdoba para Santa Fé é feito no sentido de Oeste para Leste basicamente. Estava ai a explicação para termos vento lateral a maior parte do dia.
No dia seguinte a frente fria continuaria sua caminhada em direção ao Norte, mas o trecho da viagem foi no sentido Norte também, portanto não senti muito o efeito do vento a não ser a meu favor. Me desculpem mas lembro-me apenas do nome de dois deles, Flavio e Virgilio. Os quatro fariam um roteiro um pouco diferente do meu para a volta. Torço para que tenha dado tudo certo, afinal há muito para contar. No mesmo sentido pode-se, consultar a previsão do tempo no site do clima tempo, lá há a indicação da direção do vento.
ACESSÓRIOS
Para esta viagem levei um GPS (Garmin zumo 350), um aparelho para localização em tempo real chamado spot, um reservatório de combustível com capacidade para 11.7 litros (3 galões americanos) da marca Rotopax, uma almofada para assento Airhawk 2 média e uma mala de tanque modelo Enduro da Bags Connection.
Antes de comprar estes produtos, efetuei pesquisas na internet para saber a opinião de outros usuários, por isso estou citando as marcas e colocando a minha opinião com base na utilização que tive de cada um destes produtos.
Com o GPS tive que instalar um mapa da américa do sul, depois que entrei na Argentina. Este ponto foi um lapso meu, que me deixou apreensivo nos dois primeiros dias da viagem.
Para resolver o problema basta ir ao site do projeto mapear e baixar o arquivo para uso direto no GPS (GMAPSUPP.img) e salvar este arquivo na pasta garmin.
No trecho para Santa Fé o aparelho simplesmente apagou. Só voltei a ligá-lo próximo a cidade de Santa Fé e ele funcionou diretinho.
Para ele comprei também um suporte para GPS da Touratech com chave. Isso me deixou mais tranquilo nas paradas, quando precisei me ausentar da moto para ir ao banheiro, por exemplo.
O aparelho Spot, utilizei um modelo que possibilita também o envio de mensagens de email e sms para grupos pré cadastrados no site da empresa.
O aparelho funcionou bem durante praticamente todo o trajeto, mas faço duas ressalvas: (i) É necessário utilizar pilhas de litium, que duram mais de 24h, se utilizar pilhas alcalinas, terá que efetuar a troca a cada dia, ou seja, duram mais ou menos 8h. (ii) o aparelho não funciona quando o céu não está aberto. A cada 10 minutos é enviada uma mensagem contendo a localização (latitude e longitude) e o status da bateria, basicamente. Sendo assim, minha esposa ficou preocupada, porque em determinados momentos há alguns “buracos”.
Não basta ligar o equipamento e sair andando, é necessário utilizar um aplicativo no ipod ou iphone, para ativar o rastreamento e o envio de mensagens é bastante demorado. Evitei fazer isto para poupar tempo nos lugares onde passei.
O reservatório de combustível da Rotopax é bem funcional, mas é preciso chamar atenção para um detalhe que pode fazer bastante diferença. Tanto na Argentina, quanto no Chile ou mesmo no Brasil é possível comprar reservatórios para combustível por um preço bem mais baixo, mas nenhum deles virá equipado com um “respiro” para equalização da pressão interna e externa, muito necessária nesta viagem em que há grandes variações de altitude em pouco tempo. Quando a altitude cresce, os gases que estão dentro do reservatório tendem a se expandir, isto pode ser particularmente perigoso se o reservatório for feito de um material ruim. O efeito contrário acontece quando há queda de altitude, forçando a contração do reservatório.
Bom, percebi isto na prática, no caminho rumo a Thermas de Rio Hondo.
No Rotopax, há uma rosca com travas para fechar o bocal e evitar que ele se abra devido a vibração da moto. Pois bem, esta mesma rosca permite que a tampa fique ligeiramente aberta, fazendo a equalização automaticamente. Só não podemos encher o reservatório até o limite, com pena de vazamento do combustível. Como pode ser visto na foto, o reservatório foi preso a moto utilizando duas amarras da marca Rockstrap e uma corrente para prender bicicleta, evitando assim o ladrão de ocasião.
Embora tenha o assento confort da 800 GS, optei por utilizar o assento original da moto nesta viagem combinado com a almofada. Na minha opinião o assento confort é bem mais confortável para o garupa do que para o condutor. A almofada funciona bem em trajetos de até 200 km, depois disto nem haja malabarismo para aguentar o incomodo. Por isso acho melhor, programar paradas em intervalos próximos de 200km aproximadamente.
Outro dica é não deixar a almofada muito cheia, assim fica mais espaço para melhor acomodar o piloto. O gás que está dentro da almofada também irá se expandir com o aumento da altitude o que deixará a almofada dura que nem pedra.
A mala de tanque é muito boa e impermeável, inclusive os três bolsos laterais. Muito boa nos pedágios e para guardar algum equipamento pequeno como as luvas para inverno e verão, facilitando a troca, sem que seja necessário descer da moto. Há também um porta mapas que foi muito útil no trecho em que estive sem GPS na Argentina. Para retirá-lo da moto basta utilizar o ziper e desconectá-lo da base. Depois que repetimos a operação algumas vezes fica mais fácil.
Por último não tive problema algum com a polícia nem na Argentina, nem no Chile. Fui parado algumas vezes e nem pediram o carta verde. Na saída de Corrientes há a clássica parada e pergunta sobre a via em que vieram. Responda firme que veio pela calle coletora (equivalente a via local) que é por onde dever vir. Em alguns locais existe a proibição do transito de motos pela via expressa (isto existe em outras cidades da Argentina, mas parece que nas demais não existe fiscalização), que pode ser explicada pela tipo de moto que roda nestas cidades, ou seja, motos pequenas pilotadas por pessoas sem capacete (cheguei a ver três em uma moto, sendo que um dos ocupantes não tinha mais que seis meses).
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