FCRUZ17
12-08-2014, 13:48
Há algum tempo atrás postei aqui minha indecisão na hora da escolha da minha futura big trail. Estava em dúvidas entre a F800GS e a TIGER 800.
Como relatei, a diferença no preço das motos era pequena, algo em torno de R$3mil, o que me deixou ainda mais indeciso.
Depois de muito ler, cotar seguros e pensar a respeito, optei pela compra da Tiger 800 ON ROAD.
Sei que essa é uma dúvida de muitos colegas, dessa forma vou postar minhas primeiras impressões sobre a moto para quem sabe ajudar alguém que também esteja passando pela mesma situação.
Primeiro, e mais importante, esclareço que não ganho R$ 1,00 da BMW ou da Triumph para falar bem ou mal das motos, e não é pq comprei uma Tiger que vou poupar a moto das críticas. Já tive uma BMW F800R, que nas devidas proporções, é bem parecida com a F800GS. Gosto de moto e não sou fiel a marcas. Fico com aquilo que mais me agradar e que estiver dentro das minhas condições financeiras.
Sobre a TIGER, ainda rodei pouco com a moto, mas já dá pra ter uma boa noção geral.
O principal e talvez o único defeito que é importantíssimo relatar, é o calor gerado pelo motor. Li muito sobre isso antes de comprar o modelo, e só tive noção do que é depois de usar bastante a moto. Se vc fizer só um test ride, esquece! Não dá pra perceber. O fato é que a moto esquenta mesmo, principalmente quando vc está no anda e para do trânsito e quando a ventoinha é acionada. Na ESTRADA, não incomoda absolutamente nada! Não minha opinião, isso é questão de costume. O calor incomoda mas não é algo constante, que se torna insuportável a ponto de prejudicar a utilização da moto. Na Bandit que tive, o calor era bem parecido e acabei acostumando. Só um detalhe, bermuda de TIGER, esquece!!! Pelo menos eu nunca tive o costume de andar de moto com bermuda por uma questão de segurança, então nesse aspecto estou totalmente conformado. Resumindo, o calor gerado pelo motor não pode ser considerado um ponto de decisão para compra.
Acabamento. Minha impressão inicial da moto era de acabamento de baixa qualidade, comparado ao da BMW. Isso mudou bastante depois que peguei a moto e comecei a verificar os detalhes. A moto é bem acabada para o fim a que se destina, mas a BMW investe mais em detalhes, o que torna a diferença perceptível e justifica a diferença no preço.
Desempenho. Existe um abismo entre o motor da TIGER e o da F800R. Veja, não estou me referindo a GS pq nunca tive uma, mas considerando que “em tese” o motor das duas motos é o mesmo, dá pra ter uma idéia da diferença.
O motor da BMW é uma explosão de torque, enquanto o motor da TIGER é um motor completamente linear. Tá, mas o que isso quer dizer na prática? Na BMW, eu tinha sempre que tomar muito cuidado pra não sair acelerando muito a moto, pq o motor sairia arrastando tudo. Era um motor violento, que demandava sempre muito cuidado, principalmente no trânsito. Demorei para acostumar, mas como sempre gostei de torque, ao longo do tempo, virei fã daquele motor. Já a Tiger é uma moto muito mais linear, ou seja, vai crescendo aos poucos até o momento que resolver explodir de vez, e isso vai acontecer lá pela casa dos 6mil giros, quando a moto se transforma em um monstro. O que pra mim faz muita diferença é a ausência de vibração. Ambas as motos a 140km/h têm comportamento completamente diferente. A BMW vibrava bastante. Nos espelhos ficavam apenas os borrões dos faróis dos carros, e a vibração na pedaleira, depois de algum tempo, passava a incomodar. Nada absurdo, mas perceptível. Na Tiger a 140km/h, não há nenhuma vibração e o motor faz a moto simplesmente deslizar no asfalto. É uma sensação muito boa de conforto para uma moto desse tamanho. Um pouco mais de torque em baixas teria deixado a moto mais “esperta”, e para quem usa em off road, isso deve fazer toda a diferença. Acho que por esse motivo a Tiger vai sempre apanhar da GS no off.
Suspensão. Meu problema com a F800R sempre foi o desconforto em asfalto ruim, o que inclusive motivou a troca da moto. No test ride andei nas duas versões da Tiger, e gostei mais da versão ON ROAD justamente porque a suspensão é mais firme e transmite mais segurança na estrada. A moto trabalha bem em piso esburacado, mas a corrente bate um pouco no guia. Já existe solução para o problema.
Painel e instrumentos. A Tiger vacilou feio em um ponto específico: esqueceu de colocar na manopla um botão para acesso às funcionalidades do painel, ou seja, para verificar algumas info´s andando com a moto, vc tem q tirar a mão esquerda do guidão, pq os botões ficam no próprio painel. Pra mim isso é um vacilo enorme que precisa ser corrigido. Na Tiger gostei do velocímetro digital e do próprio desenho do painel, que dá um ar mais moderno. Faltou um termômetro, além do fato de que a hora também poderia aparecer em um tamanho maior, pq é bem minúscula. Na BMW o único contra é o velocímetro analógico, que muitas vezes confunde na hora da leitura da velocidade.
Banco. Bem confortável. Não há necessidade nenhuma de troca. A espuma é macia e o acabamento é bom. Adorava o banco da F800R, mas o banco original da GS dizem que é péssimo.
Câmbio. Os engates da Tiger são muito mais precisos e macios. A moto não dá aquele tranco violento quando engata a primeira, e a passagem das marchas é mais macia do que na antiga BMW.
Consumo: de acordo com o painel, 18km/L andando a 130km/h. Como a moto é zero, creio que tende a melhorar. Na BMW nunca fui além dos 19,5km/L.
Pós Venda: aí é que as coisas se distanciam muuuuuuito. Durante todo o tempo que tive a BMW, nunca vi tanta frescura e sentimento de superioridade que o povo que trabalha nessas CC´s têm. Ow pessoalzinho enjoado. Na Triumph, pelo menos até agora, nota 10 para os caras. Acesso total à oficina, atendimento sem frescuras, objetivo e cordial. Me sentia acolhido pela marca. Detalhe, tem um pessoal que diz que a Triumph não tem CC na América do Sul, mas no manual da moto consta CC´s no Chile, Bolívia e Argentina, além do Brasil.
Revenda. O que ouvi até agora usando a minha Tiger foram comentários do tipo: “Nunca vi essa marca na vida”, “Nem sabia que existia essa moto”, “É nova?”, “É ruim de revenda?”, “É importada?”, “Essa é aquela da BMW?” (kkkkk, esse foi o melhor!). Acho que os comentários resumem um pouco o que é a revenda dessa moto. Se pensa em comprar e ficar com a moto por menos de 2 anos, acho que não é um bom negócio.
Enfim, é muita informação para m post, mas o fato é que a moto me deixou muito satisfeito em todos os aspectos, assim como tenho certeza q a BMW também deixaria.
Espero ter ajudado.
Abraço.
FCRUZ
Como relatei, a diferença no preço das motos era pequena, algo em torno de R$3mil, o que me deixou ainda mais indeciso.
Depois de muito ler, cotar seguros e pensar a respeito, optei pela compra da Tiger 800 ON ROAD.
Sei que essa é uma dúvida de muitos colegas, dessa forma vou postar minhas primeiras impressões sobre a moto para quem sabe ajudar alguém que também esteja passando pela mesma situação.
Primeiro, e mais importante, esclareço que não ganho R$ 1,00 da BMW ou da Triumph para falar bem ou mal das motos, e não é pq comprei uma Tiger que vou poupar a moto das críticas. Já tive uma BMW F800R, que nas devidas proporções, é bem parecida com a F800GS. Gosto de moto e não sou fiel a marcas. Fico com aquilo que mais me agradar e que estiver dentro das minhas condições financeiras.
Sobre a TIGER, ainda rodei pouco com a moto, mas já dá pra ter uma boa noção geral.
O principal e talvez o único defeito que é importantíssimo relatar, é o calor gerado pelo motor. Li muito sobre isso antes de comprar o modelo, e só tive noção do que é depois de usar bastante a moto. Se vc fizer só um test ride, esquece! Não dá pra perceber. O fato é que a moto esquenta mesmo, principalmente quando vc está no anda e para do trânsito e quando a ventoinha é acionada. Na ESTRADA, não incomoda absolutamente nada! Não minha opinião, isso é questão de costume. O calor incomoda mas não é algo constante, que se torna insuportável a ponto de prejudicar a utilização da moto. Na Bandit que tive, o calor era bem parecido e acabei acostumando. Só um detalhe, bermuda de TIGER, esquece!!! Pelo menos eu nunca tive o costume de andar de moto com bermuda por uma questão de segurança, então nesse aspecto estou totalmente conformado. Resumindo, o calor gerado pelo motor não pode ser considerado um ponto de decisão para compra.
Acabamento. Minha impressão inicial da moto era de acabamento de baixa qualidade, comparado ao da BMW. Isso mudou bastante depois que peguei a moto e comecei a verificar os detalhes. A moto é bem acabada para o fim a que se destina, mas a BMW investe mais em detalhes, o que torna a diferença perceptível e justifica a diferença no preço.
Desempenho. Existe um abismo entre o motor da TIGER e o da F800R. Veja, não estou me referindo a GS pq nunca tive uma, mas considerando que “em tese” o motor das duas motos é o mesmo, dá pra ter uma idéia da diferença.
O motor da BMW é uma explosão de torque, enquanto o motor da TIGER é um motor completamente linear. Tá, mas o que isso quer dizer na prática? Na BMW, eu tinha sempre que tomar muito cuidado pra não sair acelerando muito a moto, pq o motor sairia arrastando tudo. Era um motor violento, que demandava sempre muito cuidado, principalmente no trânsito. Demorei para acostumar, mas como sempre gostei de torque, ao longo do tempo, virei fã daquele motor. Já a Tiger é uma moto muito mais linear, ou seja, vai crescendo aos poucos até o momento que resolver explodir de vez, e isso vai acontecer lá pela casa dos 6mil giros, quando a moto se transforma em um monstro. O que pra mim faz muita diferença é a ausência de vibração. Ambas as motos a 140km/h têm comportamento completamente diferente. A BMW vibrava bastante. Nos espelhos ficavam apenas os borrões dos faróis dos carros, e a vibração na pedaleira, depois de algum tempo, passava a incomodar. Nada absurdo, mas perceptível. Na Tiger a 140km/h, não há nenhuma vibração e o motor faz a moto simplesmente deslizar no asfalto. É uma sensação muito boa de conforto para uma moto desse tamanho. Um pouco mais de torque em baixas teria deixado a moto mais “esperta”, e para quem usa em off road, isso deve fazer toda a diferença. Acho que por esse motivo a Tiger vai sempre apanhar da GS no off.
Suspensão. Meu problema com a F800R sempre foi o desconforto em asfalto ruim, o que inclusive motivou a troca da moto. No test ride andei nas duas versões da Tiger, e gostei mais da versão ON ROAD justamente porque a suspensão é mais firme e transmite mais segurança na estrada. A moto trabalha bem em piso esburacado, mas a corrente bate um pouco no guia. Já existe solução para o problema.
Painel e instrumentos. A Tiger vacilou feio em um ponto específico: esqueceu de colocar na manopla um botão para acesso às funcionalidades do painel, ou seja, para verificar algumas info´s andando com a moto, vc tem q tirar a mão esquerda do guidão, pq os botões ficam no próprio painel. Pra mim isso é um vacilo enorme que precisa ser corrigido. Na Tiger gostei do velocímetro digital e do próprio desenho do painel, que dá um ar mais moderno. Faltou um termômetro, além do fato de que a hora também poderia aparecer em um tamanho maior, pq é bem minúscula. Na BMW o único contra é o velocímetro analógico, que muitas vezes confunde na hora da leitura da velocidade.
Banco. Bem confortável. Não há necessidade nenhuma de troca. A espuma é macia e o acabamento é bom. Adorava o banco da F800R, mas o banco original da GS dizem que é péssimo.
Câmbio. Os engates da Tiger são muito mais precisos e macios. A moto não dá aquele tranco violento quando engata a primeira, e a passagem das marchas é mais macia do que na antiga BMW.
Consumo: de acordo com o painel, 18km/L andando a 130km/h. Como a moto é zero, creio que tende a melhorar. Na BMW nunca fui além dos 19,5km/L.
Pós Venda: aí é que as coisas se distanciam muuuuuuito. Durante todo o tempo que tive a BMW, nunca vi tanta frescura e sentimento de superioridade que o povo que trabalha nessas CC´s têm. Ow pessoalzinho enjoado. Na Triumph, pelo menos até agora, nota 10 para os caras. Acesso total à oficina, atendimento sem frescuras, objetivo e cordial. Me sentia acolhido pela marca. Detalhe, tem um pessoal que diz que a Triumph não tem CC na América do Sul, mas no manual da moto consta CC´s no Chile, Bolívia e Argentina, além do Brasil.
Revenda. O que ouvi até agora usando a minha Tiger foram comentários do tipo: “Nunca vi essa marca na vida”, “Nem sabia que existia essa moto”, “É nova?”, “É ruim de revenda?”, “É importada?”, “Essa é aquela da BMW?” (kkkkk, esse foi o melhor!). Acho que os comentários resumem um pouco o que é a revenda dessa moto. Se pensa em comprar e ficar com a moto por menos de 2 anos, acho que não é um bom negócio.
Enfim, é muita informação para m post, mas o fato é que a moto me deixou muito satisfeito em todos os aspectos, assim como tenho certeza q a BMW também deixaria.
Espero ter ajudado.
Abraço.
FCRUZ