wakapp
12-04-2015, 11:19
Prezados Amigos do Forum F800GS.
Devido ao meu elevado comprometimento com o trabalho e o período de garantia eu sempre levei a minha F800 GS para a concessionária para fazer as revisões, então nunca me preocupei com detalhes, tipo flutuação das pinças de freios, frequência de troca do fluido hidráulico do freio devido a exigência do ABS, etc. Porém, na primeira troca da pastilha de freio traseira, 12.000 km, eu paguei R$ 290,00 em 2013, o que dava uns 90 Euros, um mês depois estive trabalhando na Alemanha e vi o preço da pastilha na concessionária BMW e o preço era 29 Euros, aproveitei e compre um conjunto para frente (65 EU 2 pares) e outro para trás.
No final do ano fez dois anos que tinha sido trocado o fluido de freio então troquei o fluido, e vi que as pastilhas traseiras ainda iam mais um pouco. Ontem com 24.000 km fui trocar as pastilhas traseiras que estavam no fim mesmo. A surpresa é que a pinça traseira estava travada, porque a graxa de um dos pinos de flutuação estava com a graxa seca. Ok desmontei tudo limpei e coloquei graxa nova.
As pastilhas dianteiras ainda estão com meia vida, mas para minha surpresa a pinça esquerda dianteira também estava travada. No caso do dianteiro é mais fácil verificar porque o disco também é flutuante, o conjunto mexe bastante quando forçado lateralmente. Pois bem, tive de desmontar a pinça esquerda com muita dificuldade porque estava bem travada. Quando finalmente tirei com muito cuidado para não empenar os pinos e a placa de fixação, fique surpreso porque o pino estava completamente seco e oxidado, não havia mais graxa alguma dentro da bucha, mesmo com as borrachas do guarda pó em perfeitas condições.
O bloqueio da flutuação das pinças causa perda da capacidade de frenagem, principalmente atrás onda o disco não flutua e tem um só. Causa ainda desgaste desigual nas pastilhas em cada lado do disco, superaquecimento dos freios e aumento de consumo de combustível e pneus. De qualquer forma com a pinça dianteira não flutuando e o desgaste da pastilha, o sistema de flutuação do disco dianteiro passa a ser esforçado numa direção fora do projeto e pode danificar o disco também.
É de estranhar porque nem faz um ano desde a ultima revisão a de 20000 km feita em julho do ano passado, sempre na revisão tem um kit de lubrificação geral, mas acho que isto se resume a corrente, desnecessário na minha moto porque tem lubrificador.
E eu nem fiz nenhuma trilha neste período, apenas algumas viagens com muita chuva. Já fiz algumas trilhas onde atravessei vários rios onde as rodas mergulharam acima no nível das pinças, então isto pode ter causado a limpeza do lubrificante, mas depois disto já tinha levado em duas revisões e estava tranquilo. Outra hipótese plausível para estar sem graxa na flutuação da pinça é a lavação feita com bomba de alta pressão, eu mesmo já lavei assim algumas vezes, mas nunca usando o jato concentrado e nunca direcionando onde tem vedações e eletrônica. Mas eu não sei como foi lavada na revisão.
Então aconselho a todos os que fazem trilhas eventualmente e andam de moto com muita chuva, a verificarem se a flutuação das pinças está ok, fácil nas dianteiras e difícil na traseira porque o disco não é flutuante, mas quando trocar a pastilha, mais frequente na traseira, eu aconselho a verificar a flutuação e mesmo que esteja ok trocar a graxa dos pinos.
Muito importante montar a fixação das pinças dianteiras com o torquímetro (38 Nm), para evitar que desmontem por pouco aperto, ou que a placa de fixação trinque por excesso de aperto. O mesmo vale é claro para as porcas das rodas (100 Nm), porque qualquer serviço em rodas e freios é de extrema responsabilidade devido a segurança. Também tive de comprar um jogo de pitos torks fêmea, porque este é o único ponto que os usa na moto, justamente para evitar que o pessoal leigo desmonte os freios. Porém, se isto não é feito na concessionária, quem fará?
Agora estou preocupado com os rolamentos de agulha da balança traseira, porque para lubrificar só desmontando a balança, o que duvido que façam na revisão.
Concluindo, revisão de freios não é só trocar as pastilhas, tem que revisar a lubrificação da flutuação das pinças, e trocar o fluido de freio a cada 2 anos em função do bloco de válvulas do ABS.
Espero ter sido útil.
Devido ao meu elevado comprometimento com o trabalho e o período de garantia eu sempre levei a minha F800 GS para a concessionária para fazer as revisões, então nunca me preocupei com detalhes, tipo flutuação das pinças de freios, frequência de troca do fluido hidráulico do freio devido a exigência do ABS, etc. Porém, na primeira troca da pastilha de freio traseira, 12.000 km, eu paguei R$ 290,00 em 2013, o que dava uns 90 Euros, um mês depois estive trabalhando na Alemanha e vi o preço da pastilha na concessionária BMW e o preço era 29 Euros, aproveitei e compre um conjunto para frente (65 EU 2 pares) e outro para trás.
No final do ano fez dois anos que tinha sido trocado o fluido de freio então troquei o fluido, e vi que as pastilhas traseiras ainda iam mais um pouco. Ontem com 24.000 km fui trocar as pastilhas traseiras que estavam no fim mesmo. A surpresa é que a pinça traseira estava travada, porque a graxa de um dos pinos de flutuação estava com a graxa seca. Ok desmontei tudo limpei e coloquei graxa nova.
As pastilhas dianteiras ainda estão com meia vida, mas para minha surpresa a pinça esquerda dianteira também estava travada. No caso do dianteiro é mais fácil verificar porque o disco também é flutuante, o conjunto mexe bastante quando forçado lateralmente. Pois bem, tive de desmontar a pinça esquerda com muita dificuldade porque estava bem travada. Quando finalmente tirei com muito cuidado para não empenar os pinos e a placa de fixação, fique surpreso porque o pino estava completamente seco e oxidado, não havia mais graxa alguma dentro da bucha, mesmo com as borrachas do guarda pó em perfeitas condições.
O bloqueio da flutuação das pinças causa perda da capacidade de frenagem, principalmente atrás onda o disco não flutua e tem um só. Causa ainda desgaste desigual nas pastilhas em cada lado do disco, superaquecimento dos freios e aumento de consumo de combustível e pneus. De qualquer forma com a pinça dianteira não flutuando e o desgaste da pastilha, o sistema de flutuação do disco dianteiro passa a ser esforçado numa direção fora do projeto e pode danificar o disco também.
É de estranhar porque nem faz um ano desde a ultima revisão a de 20000 km feita em julho do ano passado, sempre na revisão tem um kit de lubrificação geral, mas acho que isto se resume a corrente, desnecessário na minha moto porque tem lubrificador.
E eu nem fiz nenhuma trilha neste período, apenas algumas viagens com muita chuva. Já fiz algumas trilhas onde atravessei vários rios onde as rodas mergulharam acima no nível das pinças, então isto pode ter causado a limpeza do lubrificante, mas depois disto já tinha levado em duas revisões e estava tranquilo. Outra hipótese plausível para estar sem graxa na flutuação da pinça é a lavação feita com bomba de alta pressão, eu mesmo já lavei assim algumas vezes, mas nunca usando o jato concentrado e nunca direcionando onde tem vedações e eletrônica. Mas eu não sei como foi lavada na revisão.
Então aconselho a todos os que fazem trilhas eventualmente e andam de moto com muita chuva, a verificarem se a flutuação das pinças está ok, fácil nas dianteiras e difícil na traseira porque o disco não é flutuante, mas quando trocar a pastilha, mais frequente na traseira, eu aconselho a verificar a flutuação e mesmo que esteja ok trocar a graxa dos pinos.
Muito importante montar a fixação das pinças dianteiras com o torquímetro (38 Nm), para evitar que desmontem por pouco aperto, ou que a placa de fixação trinque por excesso de aperto. O mesmo vale é claro para as porcas das rodas (100 Nm), porque qualquer serviço em rodas e freios é de extrema responsabilidade devido a segurança. Também tive de comprar um jogo de pitos torks fêmea, porque este é o único ponto que os usa na moto, justamente para evitar que o pessoal leigo desmonte os freios. Porém, se isto não é feito na concessionária, quem fará?
Agora estou preocupado com os rolamentos de agulha da balança traseira, porque para lubrificar só desmontando a balança, o que duvido que façam na revisão.
Concluindo, revisão de freios não é só trocar as pastilhas, tem que revisar a lubrificação da flutuação das pinças, e trocar o fluido de freio a cada 2 anos em função do bloco de válvulas do ABS.
Espero ter sido útil.