Atenção pra quem vai, que as estradas devem estar em má condição!
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O local mais seco do mundo, o Deserto do Atacama, no Chile, sofreu com chuvas fortes e fora do comum nos últimos dias. Segundo a imprensa internacional, enchentes bloquearam estradas, deixaram ao menos 2300 desabrigados, provocaram queda na rede de transmissão de energia do local e interromperam as operações aéreas.
A grave situação forçou o governo do Chile a passar o controle do local para as Forças Armadas. Além disso, há indícios de ao menos duas mortes pelas chuvas na região.
A chuva, que começou na terça-feira (24), acumulou cerca de 65mm na estação de Taltal, na região de Antofagasta, até esta quinta-feira (26), de acordo com dados da Dirección Meteorológica de Chile. Por ser um deserto, a média anual de precipitação na região é de apenas 4mm. Ou seja, em dois dias, choveu o equivalente à chuva normal de 16 anos na região.
O Deserto do Atacama tem pouca chuva por conta da barreira feita pela Cordilheira dos Andes, que impede que a umidade da Amazônia, abundante o ano inteiro, chegue ao deserto. Além disso, uma região de alta pressão atmosférica permanente no Oceano Pacífico impede a chegada das chuvas, por isso é tão raro chover na região.
Segundo a meteorologista Olívia Nunes, da Somar Meteorologia, as chuvas do Atacama ocorreram pela presença rara de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis no Pacífico. “Este sistema meteorológico costuma organizar chuva forte a leste da sua formação e é comum de acontecer no Brasil, por exemplo. Porém, um Vórtice provocar chuvas no Deserto do Atacama é algo muito raro”, comenta.
A previsão ainda é de chuva para quinta-feira na região, porém mais fraca. “O Vórtice tenta atravessar os Andes e permanece na região do Chile pelo menos até o domingo (29). Porém, já não há mais umidade disponível para provocar chuva”, finaliza Nunes.
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