Pessoal, como avisei antes aqui, fomos, eu e o Marcelo, meu amigo de todas as horas, fazer o circuito Rastro da Serpente e a Serra do Rio do Rastro. Desculpem repetir o que muitos outros já disseram, mas.... É MUITO SHOW! Todo motociclista deveria incluir este trajeto como prioridade na sua lista de passeios.
Abaixo incluo algumas imagens e curiosidades da viagem.
Nossa primeira parada foi Capão Bonito, onde começa o Rastro da Serpente. Lá, um iluminado teve a idéia de construir este bar temático chamado “Porthal Rastro da Serpente”, com um interior muito bem bolado. Parada obrigatória para fotos, tanto fora quanto dentro.
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Lá, comemos o “rojão”, retratado na foto abaixo, onde estamos eu e os meninos que trabalham no restaurante (aliás, simpatissíssimos). Trata-se de um trabuco feito de vários tipos de carnes moídas (vaca, porco, galinha...) e com um leve tempero. É uma tradição de mais de 60 anos que começou na cidade de Ribeira e se espalhou ali pela região. E muito gostoso.
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Dali, partimos no 2º dia para rodar a estrada – que delícia! São 270 Km de curvas bem fechadas até chegar a Curitiba. Há que se reservar 1 dia inteiro só para ela. Nós levamos 5 horas. Como a estrada não é movimentada, é realmente um deleite. Fomos devagar, na base da 3ª, 4ª e no máximo 5ª, desfrutando das curvas e das paisagens (minha moto fez 28 Km/Lt neste dia!!) O piso não é bom até Apiaí. Nos primeiros 40 Km há muitos remendos e nos 60 Km seguintes muitos buracos. Mas de Apiaí para baixo melhora muito.
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Acho que o Denatran criou esta placa copiando o trajeto desta estrada.... he he he
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Chegando a Apiaí, descobrimos que ali foi um importante local de extração de ouro, (o que começou com garimpeiros vindo de Minas Gerais no século 18), na localidade do Morro do Ouro. Aliás, uma companhia japonesa explorava a jazida nos idos de 1930, mas depois que o Brasil resolveu entrar na 2ª Guerra Mundial contra os países do Eixo (Alemanha-Itália-Japão), o governo brasileiro expulsou esta companhia japonesa de lá em 1942. Reparem no parque que foi montado utilizando os antigos fornos e equipamentos da mina.
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Continuando a descer, passamos por uma planta enorme do Cimento Cauê e, qual não foi a minha surpresa de ver, no meio da serra, lá em cima (eu calculo a uns 80 metros de altura), um teleférico gigante ligando dois morros bem afastados.... de carrinhos de minério !! Nunca tinha visto coisa igual. Pena que não tivemos como parar para tirar uma foto pois neste trecho não havia nenhum acostamento.
Já quando chegamos em Ribeira fomos brindados com a visão deste Ipê e também da ponte antiga, semi-submersa no rio Ribeira, ao lado da ponte nova.
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No terceiro dia fomos em direção a São Joaquim. No caminho, ao passar pela ponte sobre o rio das Caveiras, imediatamente me dei conta do por quê do nome do rio... veja abaixo a foto desta rocha ao lado do rio... quantas caveiras você consegue ver nela??
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Muita decepção com o estado da BR-116 (muito injusto a cobrança de pedágio numa rodovia naquelas condições). Decepção também com a estrada para Lages e para São Joaquim. Aliás, a impressão que ficamos é de que o estado de Santa Catarina inteiro está em obras. Estradas horrorosas, incluindo a que vai para Blumenau. A cidade de São Joaquim está um lixo... obras na cidade inteira, terra, pó e muitos, muitos buracos em todas as ruas e na rodovia. Neste dia lembrei de documentar o sofá em 2 rodas do Marcelo, afinal, a bolsa dele formou um encosto perfeito de sofá... que conforto!
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No quarto dia finalmente chegamos à Serra do Rio do Rastro. Realmente, 2 maravilhas: a da natureza, que criou a serra, e a da engenharia que construiu a rodovia em tais condições. É realmente de tirar o fôlego a visão da serra, desde o mirante.
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O pessoal dos moto clubes realmente não escolhe lugar para colocar seus adesivos, né?
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A serra é linda vista de cima para baixo ou de baixo para cima
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Tivemos a oportunidade de passar pela nova ponte de Laguna, no caminho para Blumenau. Nem saltei da moto, pois é proibido parar na ponte.
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Em Blumenau, como ninguém é de ferro, fomos até a Vila Germânica, sede da Oktoberfest, para tomar uma cerveja e comer um joelho de porco com chucrute...
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Muito interessante o formato deste edifício. Segundo diz a lenda local, ele foi projetado pelos nazistas que teriam fugido ao final da guerra e teriam vindo morar ali. Dizem que até Hitler teria vindo, também, e que o formato do topo da fachada foi para imitar o formato do quepe dos oficiais nazistas. Reparem.... e não é que parece mesmo?
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Como últimas curiosidades:
- o asfalto vermelho, muito presente no PR e em SC (o qual eu não conhecia). Disse-me um cara de Tunas do Paraná (“lugar melhor não há...” segundo ele) que a cor é resultado da brita vermelha utilizada na mistura do asfalto – Colegas do sul: por favor confirmem se é isso mesmo!
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- em Santa Catarina não tem Lava-jato, e sim, lugar de fazer “lavação” – vejam abaixo.
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- quando subíamos a BR-101 de Laguna até Itajaí, pegamos um vento contra tão forte, mas tão forte, que para manter uma média de 110-120, minha moto marcava 14Km/Lt!!! Era como se eu estivesse arrastando um caminhão com a moto, o vento querendo arrancar a gente do assento e uma turbulência inacreditável ao passar ao lado de ônibus e caminhões. Me lembrou os ventos da Argentina...
Resumo: se você já foi, parabéns pela escolha. Se ainda não foi.... VÁ !
Complementando, conforme comentado num outro fórum, acho que a Serra do Rio do Rastro é realmente unanimidade entre todos os motociclistas por todo o cenário lindíssimo, pela característica única de construção (já que há várias passagens/pistas escavadas na mesma encosta), transformando a descida/subida em algo incrível, pelo fato de existir um altiplano realmente "plano" lá na parte de cima e você repentinamente se aproximar daquele buracão na sua frente, como se a serra tivesse sido cuidadosamente escavada como numa escultura de areia.
Já nem todo mundo gosta do Rastro da Serpente por ter muito mais a ver com o prazer do desafio da pilotagem - e só. A vegetação da região é tão densa que quase não há paisagens ou visuais para parar e desfrutar, fotografar. Os dois lados da estrada têm uma verdadeira parede de vegetação. É um passeio onde o piloto segue por aquelas 5 horas sendo desafiado por uma curva mais fechada que a outra o tempo todo a cada 80 metros, cambiando pra cima e pra baixo... uma verdadeira prova de "endurance".
Por outro lado, esqueci de comentar que nossas motos foram e voltaram sem apresentar um problema sequer, nem mesmo cair a pressão dos pneus. Foram 3000Km onde variamos autopistas em que andávamos a 130 de média, estradas horrorosas onde andávamos a 60 por causa dos muitos e profundos buracos... muito satisfeitos com as nossas meninas - a minha, uma F800GS 2013 e a do Marcelo, uma Suzuki Boulevard 2008.
Abraços
Trovão