PARTE-IV
Pessoal, devido a dificuldade de ver o relato do colega Bornelli,aproveitem e leiam o relato da Sal moto trail Adventure team.heheh.
Para economizar uma diária e tempo, achei que ainda dava tempo de chegar a Ponte Alta do Tocantins, mesmo que fosse a noitinha. Como já estava no Tocantins e sem GPS,rodava um pouco e perguntava para os nativos a direção de Ponte Alta. Tudo estava uma beleza, estradas bem asfaltadas, gasolina e a velha Sahara com um folego de jovem. Parei para almoçar em um boteco e segui viagem e quando eram 17:00 achei que chegaria em Ponte Alta tranquilamente, mas já anoitecendo; os populares me falaram que só faltava 45 k de estrada asfaltada, fiquei muito feliz em estar chegando no portal do Parque do Jalapão. Bem a noitinha peguei uma estrada de terra, achei estranho mas como as vezes as informações eram desencontradas, achei que poderia ser só um trechinho e segui em frente. Sem uma luz elétrica e sozinho me enchi de coragem e falei, aventura é assim mesmo amigo, segura tua bronca ai hheehe. Não demorou muito para entrar em um tombador de areia, a moto começou a jogar para os lados, e eu sem saber aonde estava fui ao solo. O susto foi grande, não enxergava mais nada a não ser o pouco que o farol da moto iluminava, não conseguia ver a pegada para suspender a moto, as rodas corriam na areia fina, achei que podia ter perdido gps, maquina fotográfica, documentos, não sabia se a moto tinha avariado os manetes, foi um pânico total, não estava preparado para tomar meu primeiro tombo nas trevas rs no meio do nada, não foi fácil. A moto continuava caída e eu sentia o cheiro do combustível vazando, foi ai que como um Lutador de Greco Romana agarrei em qualquer lugar e suspendi a pobre Sahara, senti a dorsal já baleada, que tinha melhorado com anos de fortalecimento na academia de musculação. Achei que ali seria o fim mas tinha que seguir em frente, a respiração ofegante aumentada pela acústica do capacete assustava. Tinha feito testes, mas a minha estupidez esqueceu que com a bagagem e tanque cheio mais o terreno arenoso aquela tarefa ficaria muito mais difícil.
Segui no breu, e logo outros veículos vinham do lado contrario; a visibilidade era pouca e com o susto rodava com muita cautela e as vezes, para dar passagem para outros veículos, tinha que ir para os tombadores, o desespero estava batendo, as caminhonetes jogavam em cima e me xingavam, percebi que meu farol alto os incomodava, tentei deixar na lanterna ,quase cai, não via nada, tomei coragem e lembrei de meu Avô italiano Pietro que participou de duas guerras mundiais, perdeu o dedo do Pé na Russia e ganhou medalhas por bravura. Mas eu não era o Bravo Pietro e minha tanga estava borrada, mas mesmo borrado coloquei meu canivete Espanhol Muela entre os dentes e parti para cima. Em uma altura da estrada resolvi pedir informações, pois achei que poderia estar no caminho errado, mas ninguém parava, o desespero foi aumentando, vi raposas na estrada, pássaros gritavam como corvos, criando um clima de filme de terror. Ainda bem que não apareceu nenhuma Pintada - elas tem o habito noturno heheh rs. Depois de todo esse sufoco consegui que um caminhão me desse informação, o rapaz falou que eu estava indo para Eduardo Magalhaes, próspera cidade na Bahia, e que aquela rota era muito famosa por assaltos a mão armada. Ufa, foram muito legais e me guiaram para fora daquele inferno, e me colocaram na rota certa. Obrigado Colegas caminhoneiros, vocês foram uns Anjos para mim. Muitos tem raiva de caminhoneiros mas em todas profissões tem gente boa e gente ruim. Obrigado Mesmo.
Voltei paraa cidade aonde tinha passado e consegui ligar para minha esposa, eu queria seguir, mas ela me aconselhou a pousar na cidade, descansar e seguir no dia seguinte. heheheh;