Postado originalmente por
sal silva
Parte II
Partiu, eram 6 :00h e um frio atípico na minha região, vesti uma camisa de algodão, jaqueta de verão, capa de chuva, calça jeans bem grossa e bota. Esse conjunto seria o suficiente para rodar no frio da minha região, mas quando estava 200 metros de casa comecei a perceber que não estava bem agasalhado; não havia tempo para retornar, achei que mais tarde o sol iria aquecer, então segui a marcha. Subindo a serra as mãos doíam, estava com uma luva de verão e não levei outra, o frio castigava mas a coragem era maior que tudo. Depois de 170 k cheguei a um posto de combustível, quase não conseguia falar e perdi o tato e a coordenação, não consegui abrir a tampa do tanque e desligar a moto. O negocio foi tenso, pedi para o frentista tirar minha carteira do bolso (estava no bolso da jaqueta da capa de chuva. Viu?rs); bati um papo com ele e acabei descobrindo que tínhamos a mesma idade, gente boa. Fui para a cafeteria para tentar me aquecer, o local estava cheio de motociclistas, Harleyros e Beemers com pinta de coxinha rs; minha velha Sahara com mochilas em cima e um pauzinho da Salratech destoavam ao meio de belas motos e ouvi um falando, o que aquela porcaria estava fazendo ali, preferi fingir que não escutei. Mesmo tendo ido para o Ushuaia nunca imaginei que o pior frio que passaria em cima de uma moto seria ao lado de casa.
Depois de aquecido, liguei para minha esposa e ela sugeriu que desmontasse toda bagagem e colocasse a roupa que tinha lá. Relutei em desmontar tudo, mas acabei achando que ela estava com razão. Devidamente agasalhado, agora com reforço de umas luvas de lavar louça que tinha levado para o caso de chuva, segui a tocada com mais conforto, a Sahara parecia bem, isso era uma preocupação. Depois de +500 k, pousei em um hotel do bem legal, com restaurante perto (R$110 pratas). Segui para Brasília e a isenção de pedágio do Estado de SP, ficou para trás agora, em Minas ficava difícil tirar as luvas de borracha e achar dinheiro e moeda em pedágios com praças uma bem perto da outra. Em Goiás idem; cheguei em Brasília, fiquei perdido e acabei pousando em um Hotel na Calangolândia kkk, hotel não era dos mais baratos, quando sai do quarto para o café da manhã, no corredor do quarto, cruzei com o guarda noturno, dei uma peitada nele e ele pediu desculpas, não sei o que aquele cara estava fazendo entrando no meu quarto(a porta estava aberta)rs. Fui para o café e subi no elevador junto com o ladrão, ops ou melhor com o guarda noturno, chegando lá um cano tinha rompido e alagado tudo, tive que esperar os caras enxugarem e isso atrasou minha partida.
Saindo de Brasília, tive que usar minha habilidade e ousadia dos velhos tempos , a leveza da Sahara ajudava a me desvencilhar daquele transito típico de cidade grande(nesse ponto a Sahara da show na GS)
Sai de Brasília peguei um asfalto horrível, buracos e buracos, mas logo cheguei a uma estrada bem asfaltada que me levava a bela Chapada dos Veadeiros.