Como o nobre moderador editou o comentário do nobre colega Sal Silva , estou editando este comentário já que com as modificações ele ficou fora de contexto . abs .
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Última edição por Antonio; 23-08-2017 às 20:05.
Vou pedalar...
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Pedalar com Heineken é fácil quero ver pedalar com Itaipava rsrs( sem maldade professor ).
Por onde vai passar, Prof.?
Boa noite rapazes, entrei nesse grupo para falar e ouvir sobre MINHA GS 1200 Adv, porém impossível dar um pitaco sobre este assunto. No caminho de casa no final do dia Passo diariamente por um bairro um pouco menos favorecido e vejo que as pessoas lá não tem nem de longe as mesmas condições de quem vive nos grandes centros. Lá não tem calçada, as ruas são de paralelepípedo esburacadas, só para exemplificar o que é visível. Na minha modesta opinião não é questão de caráter, é questão de oportunidade e de uma monstruosa desigualdade. Esta é a minha história.
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Verdade colega,a desigualdade é uma realidade.As vezes encontramos pessoas muito inteligentes que não tiveram oportunidade de estudar,mas também tem muita gente que não quer nada com a hora do Brasil,ou seja, quer tudo de mao beijada.Salários de miséria contribuem para a criminalidade,tem muita gente trabalhadora que nunca sai da miséria,isso é revoltante,ai vem o traficante e oferece um mundo de sonhos para os filhos dessa gente.complicado
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Concordo que falta de oportunidade pode até levar uma pessoa a roubar por necessidade, mas não leva uma pessoa de "carater" a ser "espertinho".
Tem "esperto" em todas as classes sociais. Acho até que tem menos nas classes menos favorecidas.
Pelo que pude observar , ao longodos meus 55 anos, as pessoas mais humildes geralmente são até mais solidárias e se preocupam mais com o bem estar do próximo do que as pessoas mais "favorecidas".
O problema do brasileiro é que a culpa nunca é dele, sempre de outras pessoas ou instituições.
Se o cara é pobre, não é porque matou aula na infãncia para ir jogar bola, ou deixcou de estudar para ir a baile Funk. É sempre culpa da "sociedade".
Conheço exemplos de gente sem recursos, mas que mesmo assim se esforçou e conseguiu quebrar o ciclo da miséria.
Como também conheco "filinho de papai" que virou um zero a esquerda.
Há algum tempo atrás, eu encontrava todo dia (fizesse Sol ou chuva) um cara no mesmo farol vendendo balas (aqueles caras que penduram o saco no retrovisor).
Pensei comigo mesmo: -"Esse cara é bem esforçado. Acho que vale a pena dar uma chance para o garoto (devia ter lá seus 19-20 anos)"
E oferecí a ele um emprego na minha empresa, inicialmente como ajudante geral na fábrica, mas dependendo do seu desempenho, poderia iniciar ali uma carreira promissora, aprender uma profissão etc.
A minha decepção foi tremenda quando ele me respondeu: -"Ah não, ganho mais aqui vendendo balas e trabalho menos".
Ou seja: Jogou fora a oportunidade de aprender uma profissão e subir na vida.
Aposto que hoje está com seus 30 anos, mas ainda no farol vendendo balas.
Agora vai me dizer que foi falta de oportunidade? Foi culpa da sociedade? Ou foi o cara que não teve visão, foi imediatista e escolheu o caminho mais fácil?
Garanto que para a maioria aqui as coisas não cairam do céu.
Talvez tenhamos tido mais oportunidades sim, mas tivemos o bom senso de agarrar estas oportunidades e aproveitá-las.
É aquela velha estória: -"Todo mundo só vê as cachaças que eu tomo, os tombos ninguem vê", ou seja, todo mundo me vê andando de BMW hoje, mas o quanto eu ralei para chegar até aqui, ninguem quer saber.
CB400 "customizada" / XLX350R / CBR450 / casamento / filha / G650GS / F800GS / R1200GS LC, porque evoluir é preciso (pensa numa criança feliz... )
Bom dia.
É difícil a avaliação de nossa sociedade sem considerar fatores antropológicos e culturais.
Efetivamente as dificuldades típicas da origem pobre, stricto sensu, não está correlacionada à violência. Esta é uma mentira criada por aqueles aos quais chamo "Pessoal das Ciências Humanas/Sociais Aplicadas à Justificativa". Um mote Russeauniano usado como justificativa fácil.
Por exemplo, numa avaliação mais elaborada da população carcerária, é possível concluir que a maioria nunca se recuperará. Não pelo fato da ausência de condições de recuperação do sistema prisional, mas sim por haver suficientes questões do caráter (fisiológicos, estruturais, ordem de consciência) que manterão o indivíduo na busca pelo menor e mais fácil caminho, não se importando com as consequências à outrem. Ou seja, o crime a delinquência. Some-se a isso questões de ideologia política e demais interesses, e temos como resultado o caos.
A pequena fração de recuperáveis é perceptível, seja em entrevista sociológica ou observação do comportamento perante o grupo. O indivíduo que cometeu crime por razões circunstanciais e não pelas distorções do caráter, de fato no foro íntimo, nunca se recuperará da vergonha perante família e sociedade, ainda que cumpra sua pena da forma estabelecida. Tipicamente passará tempo significativo da vida que resta num constante conflito entre a vontade de apresentar uma contrapartida e a necessidade de viver plenamente. Este será sim um sofredor e agarrará todas as oportunidades de viver digna e honestamente. Repito: são poucos.
A mesma lógica racional/analítica se estende aos indivíduos com quem lidamos todos os dias, nos mais diversos grupos sociais dos quais participamos, ainda que não sejam delinquentes formais, seja pela falta de oportunidade seja pela perspicácia em ocultar o que fazem. Neste grupo, está grande parte de indivíduos com boa capacidade de articulação política (quase todos os agentes políticos), estrategistas corporativos, funcionários públicos em cargos de confiança, lobistas e pessoal da magistratura (isso mesmo, magistratura).
Percebam que são aqueles que tem a certeza de pertencer a uma casta superior, não fundamentada no conhecimento e honestidade mas sim na malandragem e certeza da blindagem institucional e espírito de corpo. Antes que alguém se sinta representado e desponte a sua "indignação", quero enfatizar que é a parte significativa de indivíduos destes grupos e não especificamente todos os presentes nos grupos, OK ?
Por outro lado como resultado de nossa necessidade de lidar com estes aspectos, nós (seres honestos, gente comum) desenvolvemos uma pesada/custosa capacidade de administrar o conflito com a sociedade que possui o DNA dos indivíduos que citei acima , suportando níveis de stress e descontentamento além dos que poderíamos prever. Basta parar um pouco e refletir o quanto você se desdobra em itens e ação de proteção, no trabalho árduo, no stress da indignação, no esforço pelo equilíbrio familiar etc. Continuamos a agir como contribuintes responsáveis, participamos de eleições, contemporizamos os problemas e vivemos numa constante campanha de autoproteção. Somos assim poucas ovelhas pastoreadas por lobos.
No aspecto pessoal, me considero um exilado ou prisioneiro. Não estranhem se daqui a algum tempo, surgirem brasileiros empreitando pedidos de asilo político em outros países, tendo como justificativa, as condições adversas de nossa sociedade. Será difícil, pois a maioria dos estrangeiros não tem a menor capacidade de compreender o nosso cenários. Vejo isso todos os dias na lida com parceiros globais.
Deixei o estado em que nasci e cresci (Rio de Janeiro) por nunca ter me adaptado às nuances culturais típicas (o que os NA denominam "way of life"); simplesmente cansei do conflito cotidiano na lida com a malandragem no trabalho, no transito, no transporte e até na conversa com vizinhos. Cansei de ver gente achando que tudo se resolverá após um final de semana com muita praia e cerveja. É um aspecto cultural e o resultado fala por si, vemos na imprensa todos os dias.
Migrei para SP no início dos anos 2000 e, hoje em dia, já me considero na última fronteira, pois as coisas também já ultrapassam o limite do aceitável por aqui.
Sinceramente não considero mais válido discutir o BR, até pela razão que apresentei acima. É uma opção pessoal, uma decisão fundamentada e racional.
Não acredito em nossa sociedade, seus valores e princípios.
Minhas filhas estão a caminho da universidade no exterior, e eu aguardo o final de meu doutorado para migrar de forma análoga ao que fiz em 2002.
Pagando 27,5% pelas remessas e com declaração de saída definitiva para a receita federal.
Bom dia a todos.
AC.
Alexandre Castro
Vila Mariana, São Paulo, SP
R1200GS AC <- Varadero-XL1000 <- FXDC-1600 <- XVS650