Postado originalmente por
cberta
Amigos, peço licença para também dar meu relato e pitaco.
Estou na terceira GS. A primeira delas, uma 2012 AC, eu "nem sabia" que tinha cardan kkk, mas quando peguei uma GSA 2015 comecei a prestar atenção em relatos de problemas. Como fazia a manutenção em concessionária, perguntei ao mecânico e ouvi aquela conversinha fiada de que ainda não era necessária qualquer inspeção devido à baixa quilometragem da moto. Fora da concessionária mandei abrir ao atingir 40K. As juntas não estavam coladas, mas havia MUITA ferrugem. Apesar das coifas não aparentarem danos, entrou água, secou, enferrujou e virou pó. Não deixo ninguém lavar a moto, mas a comprei com 22k e é claro, desconheço o histórico. Em seguida peguei minha atual (2018) com 12k, ainda na garantia de fabrica. Logo que terminou a garantia fiz a revisão de 02 anos com 18K. Desta vez fui na Euromotors de SJRPreto aproveitando para dar um rolê. Mandei abrir o cardan e advinha só: junta estriada traseira COLADA. Não havia nenhuma indicativo de que tivesse entrado água, lembrando que a moto tinha apenas 01 ano e pouco quando a comprei e agora tem 02 anos e pelo perfil do anterior proprietário é bem provável que nem sereno tenha tomado. A coifa estava perfeita e bem montada, inclusive com aquela graxa branca. Foi necessário sacrificá-la para descolar a junta do eixo. Lavo pessoalmente a moto e é claro, mantenho o vap longe das coifas. Diferentemente do que aconteceu com o cardan da moto 2015, na 2018 não havia qualquer sinal de água. Então, como se formou a ferrugem que colou a junta? Há quem diga que o aquecimento/resfriamento do conjunto de transmissão associado às novas nossas condições climáticas tropicais poderia gerar condensação. Essa teoria tem lógica, mas então por que as motos anteriores a 2012 não apresentavam esse problema? No meu caso, é fato que havia ferrugem colando a junta e obviamente faltava algo essencial - GRAXA APROPRIADA. A única conclusão que o mecânico chegou: puseram POUQUÍSSIMA ou NENHUMA GRAXA nas estrias na hora da montagem. Pelo que tenho pesquisado a graxa homologada pela BMW para essas juntas suporta as altíssimas temperaturas que o conjunto de transmissão atinge e é claro que repele a água. Então, é surreal pensar que numa moto de 100 mil reais "economizem" alguns gramas de graxa, mas no caso dessa moto 2018 não há outra explicação. Se tivesse graxa em quantidade adequada a ferrugem não se formaria, ainda que ocorresse alguma condensação ou mesmo entrasse um pouco de água (não tinha, repito) e sem ferrugem, também não haveria junta grudada no eixo. E isso acontece apenas de vez em quando, numa ou noutra moto? É claro que não. Esse problema é recorrente e a BMW certamente está a par da situação, só não dá para entender por que ao menos não incluíram a inspeção desse conjunto como item nas revisões, ainda que facultativo. Quanto à minha bonitona, agora sim eu confio que o cardan está devidamente lubrificado e com a graxa correta, aquela da bisnaga (eu vi com esses olhos que a terra há de comer kkk). Provavelmente vou inspecionar o conjunto a cada 20k ou antes, se atravessar riachos e inundações.
Podem me tomar como louco, mas se tirasse uma moto zero KM hoje mandaria a concessionária abrir e lubrificar o cardan na minha frente, antes da entrega. Precaução e canja de galinha não faz mal a ninguém (só para a galinha) kkk